LINHA DO TEMPO
A história do óleo tem origem nas primeiras civilizações que tentaram modificar suas propriedades para cozinhar, queimar, armazenar, entre outras finalidades. Mas o primeiro relato oficial sobre o uso de aditivos para lubrificantes é do século XIX, quando os sabões de ácidos graxos foram acrescentados aos óleos derivados de petróleo, numa tentativa de preparar graxas.
A indústria de aditivos para lubrificantes teve início na década de 30 com os primeiros depressores sintéticos do ponto de fluidez. Antes disso, os óleos de motor (cárter) não tinham aditivos químicos, proporcionando somente uma boa lubrificação.
Com o aumento da demanda e pressões econômicas, o motor a combustão foi aprimorado e os óleos passaram a ser submetidos a condições cada vez mais exigentes. Estudos sobre viscosidade e desempenho do motor começaram a ser realizados a partir dos anos 50.
Óleos mais viscosos, mais grossos, proporcionavam boa proteção ao transporte de carga e apresentavam excelentes propriedades em climas quentes e amenos. Entretanto, o desempenho era bastante comprometido em climas frios, dificultando o fluxo e bombeamento em baixas temperaturas (diferente dos óleos menos viscosos, mais finos).
A maioria das mudanças nas formulações era feita para atender os projetos de motores. Mas com a crise do petróleo nos anos 70, as formulações dos óleos foram alteradas independentemente do tipo do motor.
Modificadores de atrito foram incorporados aos óleos para intensificar a economia de combustível e, de 1980 até hoje, novas tecnologias de aditivos foram desenvolvidas para atender todos os requerimentos e oferecer benefícios exclusivos em durabilidade, redução de gases poluentes, consumo de combustível e maior intervalo de troca.
ENTENDENDO OS ADITIVOS DE LUBRIFICANTES
Aditivos são compostos químicos que melhoram ou atribuem propriedades aos óleos básicos que serão usados na fabricação de lubrificantes e graxas. Esses aditivos têm diferentes funções e normalmente pertencem a uma dessas categorias:
- Quimicamente ativos: Capacidade de interagir quimicamente com metais formando uma camada protetora, com produtos de oxidação ou degradação polares, tornando-os inofensivos.
- Quimicamente inertes: Melhorar as propriedades físicas do lubrificante.
Confira na tabela alguns exemplos:
Mais detalhes sobre cada aditivo e seu funcionamento:
Os corantes são substâncias adicionadas aos lubrificantes com o objetivo de diferenciar ou facilitar a identificação de vazamentos.
Composição típica de um óleo para motor de automóveis API SJ - SAE 5W30
Composição típica de um óleo para turbina
As propriedades de desempenho dos óleos lubrificantes variam de acordo com a aplicação e aditivos presentes nas fórmulas:
COMPATIBILIDADE ENTRE LUBRIFICANTES E USO DE ADITIVO SUPLEMENTAR
Frequentemente, ao mudar de um fornecedor para outro (ou uma marca para outra), surge essa questão:
Lubrificantes podem ser misturados com segurança?
É importante destacar que alguns lubrificantes são incompatíveis devido às diferenças entre a química dos aditivos.
Essa incompatibilidade pode gerar a formação de substâncias semelhantes a uma graxa (borra) que provocam o entupimento nas linhas de óleo e filtros em sistemas circulatórios, resultando na parada do equipamento. Por isso, certifique-se de que os produtos são compatíveis antes de misturá-los.
Lubrificantes modernos são formulados com pacotes de aditivos de alta complexidade, perfeitamente balanceados para que um determinado componente químico não reaja e comprometa o desempenho de outro.
Por esta razão, NÃO se deve usar aditivos extras ou suplementares sob o risco de serem incompatíveis com algum componente químico que está na formulação do óleo lubrificante. A recomendação é sempre usar produtos que já estão devidamente preparados para aquela determinada aplicação.
Espero que esse post tenha sido instrutivo. Se quiser dar sua opinião, sugerir ou tirar alguma dúvida, deixe seu comentário no campo abaixo.
Até o próximo Correio Técnico!