Dando segmento ao Correio Técnico anterior, tratarei dos aspectos que devem ser levados em conta na hora de escolher um fluido hidráulico. Então, vamos lá.
Normalmente, o que observamos na prática, é que há certa dificuldade para se reunir o número de informações relevantes e necessárias para assegurarmos a melhor escolha do fluido a ser usado em um determinado sistema hidráulico. Nos parágrafos a seguir, compartilharei informações e recomendações que julgo serão de grande ajuda.
A primeira informação que devemos ter em mente a respeito de um fluído hidráulico, são as funções que ele deve desempenhar. São três funções:
- Lubrificar (proteger bomba, motores hidráulicos e válvulas contra o desgaste),
- Transmitir potência ou força hidráulica e realizar trabalho
- Trocar calor (dissipar a temperatura gerada no sistema hidráulico)
Os óleos hidráulicos são classificados quanto ao desempenho ou performance, em 3 categorias:
- Básico (óleo de combate - baixo desempenho e baixo preço)
- Uso geral
- Premium
Já quanto a sua aplicação, eles podem ser destinados a indústria ou equipamentos móveis (maquinas de construção, mineração e agrícola). Estes últimos, devido as suas peculiaridades operacionais mais severas, requerem produtos da categoria "premium".
A utilização de um fluido hidráulico premium como o Texaco Rando® MV ajuda a manter o equipamento operando por mais tempo, de modo mais eficiente, sob condições mais severas de pressão e temperatura, permitindo assim, maximizar o tempo entre as manutenções e minimizar a ocorrência de danos seus componentes.
O próximo ponto que devemos atentar refere-se aos elementos mais "críticos" de um sistema hidráulico: as bombas e os motores hidráulicos. Para vocês terem uma ideia, quando vamos escolher o fluído hidráulico mais apropriado para um determinado equipamento, devemos levar em consideração o tipo de bomba ou motor elétrico existente. Outro componente importante é a servo-válvula. Diferentemente das válvulas convencionais, são "vitais" para qualquer sistema, e impõem um requisito mais severo para fluído hidráulico, principalmente, no tocante ao controle de limpeza (nível de partículas minúsculas no óleo novo). Portanto, precisamos sempre estar atentos a relevância das exigências dos fabricantes dos equipamentos, pois isso é de fundamental importância para uma maior vida útil do equipamento e uma condição operacional mais satisfatória do sistema e de seus componentes.
Com relação a qualidade do óleo hidráulico, por que devemos dar preferência ao uso de óleos hidráulicos premium? A resposta é: como eles são submetidos a vários testes de performance, definidos pelos fabricantes de bombas e componentes hidráulicos, os óleos premium garantem benefícios extremamente relevantes para os usuários no que diz respeito a eficiência e confiabilidade do sistema hidráulico, vida útil dos componentes e redução de custos operacionais.
O uso de produtos básicos (os ditos óleos baratos - fabricados com óleos regenerados e sem qualquer aprovação formal), pode gerar problemas, tais como:
- Perda da eficiência hidráulica do equipamento (sistema trabalhando mais lento e com perda de força hidráulica);
- Desgaste prematuro, ocorrência de ferrugem e corrosão de componentes críticos do sistema hidráulico;
- Aumento de vazamentos;
- Geração de espuma (gera perda hidráulica, desgaste e aquecimento) e deficiência na separação da água (presença de humidade);
- Degradação prematura do óleo devido à baixa estabilidade térmica.
Por fim, a exemplo dos óleos para motor, que temos que saber se o motor é movido a diesel ou gasolina/flex, quando vamos recomendar um óleo hidráulico, precisamos saber qual é o tipo da bomba que equipa o sistema/equipamento. Normalmente, os equipamentos industriais usam bombas de engrenagens e os equipamentos móveis, usam bombas de pistão ou palheta. Estas últimas, impõem ao óleo condições mais severas e por esta razão, a grande maioria dos fabricantes recomendam o uso de óleos hidráulicos premium com alto índice de viscosidade.
Para ilustrar e facilitar o entendimento do exposto no parágrafo anterior, vejamos este exemplo:
Tomemos uma Escavadeira da Caterpillar 318C L, dotada de uma bomba de pistão duplo que abastece 3 motores hidráulicos a pistão (trilhos e basculante) além de cilindros de lança, braço e caçamba.
Dados Operacionais:
- Pressão máx. 5000 psi / 345 bar
- Taxas de fluxo máximas da bomba
- 95 litros/minuto por bomba
- 190 litros/minuto para o sistema
- Volume de fluido hidráulico
- 255 litros total no sistema
- 127 litros no tanque
- Equipamento e condições operacionais
- Temperatura mínima ao ligar o equipamento = 20 ºC
- Temperatura máxima de operação do equipamento = 90 ºC
Qual seria o produto a ser recomendado? Vejamos no gráfico abaixo:
Observando a faixa de temperatura operacional da escavadeira (entre 20º e 90ºC), constatamos que o Rando MV 68, por ter um índice de viscosidade maior, vai proporcionar uma melhor eficiência hidráulica e proteção ao desgaste do que o Rando HD 68, quando a temperatura operacional do sistema hidráulico da máquina chegar aos 90ºC . Como é formulado com básico pemium do grupo II, terá uma vida útil maior e proporcionará um melhor rendimento e durabilidade dos componentes hidráulicos da máquina. Além disso, como atende aos requerimentos de fabricantes de bombas como Bosch Rexroth, Parker Hannifin (Denison), MAG Cincinnati, Cincinnati Machine, e a norma Alemã DIN 51524 parte 3 HVLP, proporcionará os seguintes benefícios:
- Melhor operação dos sistemas hidráulicos em altas temperaturas - em função da baixa variação de viscosidade, permitindo ao equipamento operar em uma faixa de temperatura mais ampla.
- Longa vida útil do equipamento - em função da de seu pacote antidesgaste que protege as superfícies móveis.
- Estabilidade à oxidação - evitando a formação de depósitos.
- Proteção contra ferrugem e corrosão - os inibidores protegem as superfícies de ataques.
- Boa separação da água - permitindo sua fácil remoção dos sistemas circulatórios.
- Baixa formação de espuma - garantindo a operação adequada do equipamento.
- Eficiência energética - sua característica multiviscosa proporciona uma redução no consumo de energia em comparação aos óleos hidráulicos convencionais.
Espero que as informações acima sejam uma boa referência de consulta e que o uso de lubrificantes premium passe a ser considerado um investimento e não uma despesa adicional. Portanto, a decisão de uso deve ser sempre feita levando em consideração a relação custo-benefício e não apenas o preço. Como já diz aquele velho ditado: o barato pode sair caro.
O lubrificante certo, na quantidade certa e usado no tempo certo, proporciona redução de custos operacionais e, portanto, economia.
Bem pessoal, era isso o que eu tinha para hoje. Então, até o próximo Correio Técnico!
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