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ÓLEOS PARA MOTOCICLETAS 4T
Lubrificante Automotivo

Publicado por Eng. José Cesário Neto

22 AGO 2022 | 16h38

Você sabia que um motor de motocicleta tem o dobro da potência específica de um motor de carro de passeio e menos da metade do volume de óleo? Além disso, tinha a noção de que a rotação do motor de uma motocicleta é em média de 8.000 rpm, enquanto a de um carro em torno de 4.000 rpm?  Pois, é! 

 

Com uma maior potência específica, maior rotação e com menor quantidade de óleo no sistema, uma motocicleta reúne condições muito mais severas para o lubrificante do que um motor de um carro de passeio.

 

Além disso, cabe destacar que o óleo para motocicletas lubrifica o motor, a transmissão e a embreagem. Por esta razão, o óleo para motocicleta tem uma formulação especial para garantir a proteção de todos os componentes do motor e da transmissão, bem como, fornecer atrito suficiente para que os discos da embreagem interajam de forma eficiente. Estes requisitos são fundamentais para o funcionamento e bom desempenho da motocicleta.

ÓLEOS PARA MOTOCICLETAS 4T

Sistema de lubrificação (fonte das ilustrações: Lubrizol)

ÓLEOS PARA MOTOCICLETAS 4T

Sistema de lubrificação (fonte das ilustrações: Lubrizol)

As motocicletas fabricadas até 2006 utilizavam o mesmo óleo lubrificante para motor de carros de passeio - requerido somente a viscosidade SAE e o desempenho API.

 

Com a evolução dos óleos lubrificantes para motor e das próprias motocicletas, os fabricantes passaram a exigir formulações específicas para garantir que os óleos para motocicletas fornecessem o nível de proteção necessário a todas as áreas essenciais. 

 

No Brasil, por exemplo, um lubrificante de motocicleta deve atender tanto ao padrão JASO (Japanese Automotive Standards Organization) atual, quanto ao nível de qualidade da API (American Petroleum Organization). O nível de qualidade do API garante que o óleo ofereça proteção suficiente do motor, enquanto a especificação JASO se concentra principalmente no atrito da embreagem.

 

A JASO é uma especificação desenvolvida pelos Japoneses para controlar a quantidade de aditivos e assim diferenciar os lubrificantes de motocicletas dos lubrificantes de carros.  Inicialmente, foram introduzidos dois níveis de classificação: MA e MB. As motocicletas com embreagem úmida, onde o lubrificante está em contato com a embreagem, precisam de óleos MA para evitar o deslizamento da embreagem. Em alguns motociclos, por exemplo, scooters que utilizam uma transmissão continuamente variável (CVT), onde não há contato entre o lubrificante e o sistema de embreagem, é melhor usar um lubrificante JASO MB de menor atrito para melhorar a economia de combustível.

 

No entanto, com o tempo, tornou-se evidente que os lubrificantes MA poderiam ter diferenças entre eles, alguns com um resultado de teste de atrito muito maior do que outros. Isso levou a JASO a criar categorias MA1 e MA2. A MA2 estar no topo da classificação. A MA1 abaixo da MA2, mas, acima de MB.

 

Deste modo, quando o consumidor vai a uma moto peças para comprar o lubrificante para sua motocicleta, ele deve dar preferência para a especificação JASO MA2, pois este óleo vai proporcionar um melhor desempenho no engate da embreagem. 

 

E a viscosidade? Propriedade mais importante dos óleos lubrificantes. No segmento de motocicletas, ainda é motivo de grande polêmica e dúvidas por parte dos usuários. Que grau SAE deve ser usado? SAE 20W50 ou 10W30 ou 10W40? 

 

O que existe de fato com relação a este tema, é que todos os fabricantes de motocicletas, visando melhorar a economia de combustível, decidiram reduzir o grau de viscosidade para uso em suas motocicletas. Aqui no Brasil, fabricantes como Honda e Yamaha, líderes de mercado, passaram a adotar os graus SAE 10W30 e 10W40, respectivamente, a partir de 2011. Além disso, o uso de óleos semissintéticos e sintéticos, possibilitaram a ampliação do período de troca, podendo chegar até 6.000 km para alguns modelos de motocicletas.

 

Para finalizar, gostaria de fazer a seguinte recomendação: com tantas marcas de óleo no mercado, o motociclista deve seguir a recomendação que está no manual da sua motocicleta e escolher uma marca de qualidade de sua confiança. 

 

É isso aí, pessoal. Por enquanto é só. Qualquer dúvida, basta usar o espaço destinado a comentários. Até o próximo Correio Técnico!

 

 

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